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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

As Melhores Coisas do Mundo

Dia desses me despi de um preconceito. Confesso que sempre achei o Fiuk tão filho do Fabio Jr. Mas ele me colocou em uma sinuca de bico. Considero a Laís Bodanzky uma das melhores cineastas do circuito nacional e, das mãos dela, saíram alguns dos bons filmes que já assisti. Como não falar do Bicho de Sete Cabeças? Como que o Fiuk estaria em um filme da Laís? De imediato pensei: jogada de marketing. Chamaram o menino só porque está na “crista da onda", como diz a minha avó, mas aposto que seria muito bom sem ele atuando.

Pois bem! Estava eu com grande insônia e, mudando de canal, no Cine Sky, estava passando o longa As Melhores Coisas do Mundo. Foi então que cometi o maior dos meus preconceitos. Pensei que assistindo ao Fiuk, pegaria no sono mais rápido. Logo na primeira cena do filme, percebi que estava cometendo um grande equívoco. Sem dúvida, um grande filme. Uma história envolvente, cheia de paradoxos e assuntos tabus. É um grande retrato da família moderna, não necessariamente com o mesmo drama. Em um rápido resumo, o pai de Mano (Francisco Miguez) e Pedro (Fiuk), assume que é homossexual, deixa a mulher e os dois filhos e vai morar com outro homem.

A partir daí se desenrolam os grandes problemas dos irmãos. Mano, o mais novo,

sofre bullying no colégio e Pedro tem crise existencial e não suporta a ideia de viver sem a namorada. Além de ser um filme com uma história espetacular, com bom roteiro, os atores me surpreenderam.

Esse filme fez com que eu mudasse alguns conceitos ou, como disse, preconceitos. De filme nacional, sempre gostei. Mas, se você é daqueles que acredita que os nacionais só têm favela, matança e coisas tolas, esse é um bom exemplo que isso não é verdade.

As Melhores Coisas do Mundo é bom também para tirarmos outro preconceito de nossa cabeça. Às vezes, não é o professor que alicia o adolescente, até porque uma pessoa de 13 anos já sabe muito bem o que quer da vida. Esquecemos que uma pessoa de uns 15 anos pode ser completamente sedutora. E sabe como são as conversinhas de amigos... Elas vão longe e boatos sempre acabam mal. Caio Blat defende a classe dos professores com uma atuação sensível e primorosa e trata do assunto de ética entre alunos e professores.



Sei que foi um dos melhores filmes que já assisti e, pelo contrário, em vez de dormir, tive mais insônia, porque comecei a refletir muito. Se você pensa que o Fiuk é apenas filho do Fabio Jr., também é bom assistir ao filme. É um menino bem diferente daquele que foi visto em Malhação e também no especial de fim de ano da Globo, Tal Pai, Tal Filho. Recomendo esse filme para você fazer o mesmo que eu e se libertar de muitos preconceitos. Agora, continuo achando a Lais espetacular e o Fiuk... Ah, o Fiuk passou a ser o Fiuk!


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